sexta-feira, 14 de março de 2008

POEMA DE BERILO WANDERLEY

SONETO DA VINDA

Vim dar-me a ti.
Sinto-te, vez em quando.
Nas sombras dos meus sonhos
me acompanhas.
Música dos teus olhos
me embalando,
Me fazendo sonhar
coisas estranhas.
Não venho como estavas
esperando.
Venho como sou: pobre,
sem façanhas.
Só posso dar-te um coração
sangrando
Como o sal das minhas mágoas
nas entranhas...
Vem, bebe em minha boca
os meus soluços!
(Ah! quantas vezes solucei de bruços
sobre a angústia que bóia em meu olhar!)
Sei que me vais dizer
coisas amigas,
Sei que os teus olhos
cantarão cantigas
E os meus, de alegres,
vão querer chorar.

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