GOSTO DE MINHA TERRA
Gosto de minha terra
Dessa gente que peleja
Nesse sol tão arretado
Que, de tudo, faz muganga
Mas, não vive afobado
E pra não pedir arrego
Vive contando aresia.
Gosto de minha terra
Dessa gente que hoje manga
Até de sua própria resta
Que quando sente gastura
Logo, logo, desimbesta
A comer qualquer bagana
E um monte de milacria.
Gosto de minha terra
Dessa gente que embroma
Pra não rebolar no mato
Qualquer coisa sem futuro:
Biloca, pano ou cadaço
Enquanto brecha as meninas
Fazendo espuma, sabão.
Gosto de minha terra
Dessa gente que hoje vive
Chupando drops, confeito
Virando bunda canastra
Pro mundo a torto e direito
Que vive se pabulando
Sem ter, no bolso, um tostão.