sexta-feira, 14 de novembro de 2008

POESIA DE JANIA SOUZA

Trama
Na boca da noite
o vulto do tempo
impõe seus dogmas.
Senhor feudal do universo
tiraniza a vassalagem humana
subjugando-a com invisíveis grilhões
que acorrentam fortemente a verdade,
esposa dedicada
da sabedoria, viajante anelada
nas asas da esperança.
Na boca da noite
o vulto do tempo
descobre-se... e encobre-se
feito gatuno sorrateiro
funde-se na escuridão
violando-a cinicamente
ao embrenhar-se no manto
da silenciosa noite.
Talvez, seu intuito seja o de fingir
que não intervém no círculo vicioso
do poder, que emana
da fétida escória humana...
Na boca da noite
o vulto do tempo
esgueira-se furtivamente
na trama impudica
contra a civilização humana.

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