quarta-feira, 29 de outubro de 2008

POESIA DE MÁRIO HENRIQUE ARAÚJO

AUTO RETRATO
Observo mais
Do que Vivo
Invisto menos
Do que preciso
Para ter sentido
Vivo
Respiro
Atiro
Morro
E falo mais do que escrevo
Sou assim a esmo
Aos outros atento
Muito mais que a mim mesmo
Sou um espelho
Uma imagem convertida
Em várias imaginações
Um homem da vida
Um mirante que vê a vida
Cego de alucinações
Nem por isso
Sou mais ou menos
Talvez apenas
Um ser normal
Um parecer ameno
Ou só mais um ancestral
Mas sou um filho da rima
Uma criança que brinca
De ser adulto nos trilhos
Observo
Vivo
Respiro
Atiro
Falo
Escrevo
E morro há anos
Eu sou um perigo
Uma fantasia
Desde o dia
Em que descobri ser humano

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