terça-feira, 21 de outubro de 2008

POESIA DE LAURO GUELUTA

Vida, vidas, vi vidas, vivi vidas, vinte vidas vividas...
Vida, vidas, vi vidas, vivi vidas, vinte vidas, vividas...
Às vezes os minutos duram eras,
Éramos diferentes antes de bater o relógio,
Recordas as flores d´outras primaveras?
Não fuja, não se esconda do belo ócio.
Na límpida superfície afloram bolhas
Quebrando o espelho do céu noturno,
A lua baila ao som das folhas
Meu coração palpita taciturno.
Na face curvilínea da esquina
Onde, desvairados, peixes viviam
Enterrou-se, do meu coração, a rima,
Silenciaram os gorjeios das aves de rapina
Que nas minhas cinzas colinas dormiam.
Ficou a semente no humo da vida.

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